domingo, 8 de março de 2015

Malveira - História e origem dos saloios

 
 
Designa-se como saloio o habitante natural das zonas rurais do início do século XX em volta de Lisboa, a região saloia.
 
 A região saloia compreende vários concelhos, sendo os seus limites discutíveis. Alguns autores definem como região saloia os concelhos de Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Loures, Mafra, Odivelas, Sintra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.
 
No passado os seus habitantes viviam da agricultura, praticada em hortas e pomares, e do comércio de produtos agrícolas em mercados e na cidade de Lisboa. Ainda hoje se situa nesta região o mercado que mais carne de bovino fornece à capital, a Feira da Malveira.
 
 As mulheres ganhavam mais algum dinheiro como lavadeiras das famílias abastadas de Lisboa. Desses tempos em que muitas aldeias se enchiam de peças de roupa secar ao sol ficou o termo Aldeia da Roupa Branca, que se tornou título de um filme dos anos 30 do século XX sobre esta região. Com produtos agrícolas de excelência (frutas, hortaliças, coelho, aves, ovos, queijo, caça, …), esta zona desenvolveu também uma gastronomia bastante variada e rica, sobressaindo as receitas de coelho, aves e porco.
 
 O queijo fresco ainda hoje é muito apreciado em todo o país. A maneira de trajar também era muito própria, incluindo o colete e o barrete que até há poucos anos ainda era usado por pessoas mais velhas em algumas destas aldeias. Quando D. Afonso Henriques conquistou Lisboa aos mouros, por não despovoar a terra, deixou-os ficar de posse de seus bens e casas, impondo-lhes certos tributos. Este beneficio e tolerância, que a politica e a humanidade aconselhavam, se estendeu aos lugares circunvizinhos da cidade. Esta foi logo aumentando em população cristã, que em si absorveu a raça mourisca pelo decurso dos tempos, o que não era tão fácil no campo.

 Dizem que a estes mouros dos arredores davam antigamente o nome de Çaloyos ou Saloios, tirado do titulo da reza que repetem cinco vezes no dia, chamada çala. Ficou subsistindo o nome, ainda depois de povoados esses lugares por cristãos; e talvez da mesma origem proviesse um antigo tributo que se pagava do pão cosido em Lisboa e seu termo, e que era conhecido pela denominação de çalayo.

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