terça-feira, 3 de março de 2015

Malveira - Gostava tanto que tivesses boas notas

 
 
Todos nós temos vontades, anseios e desejos. Pais inclusive. Todos os pais querem que os filhos sejam saudáveis, que sejam felizes e, já agora, que tenham também boas notas.

As notas escolares são uma preocupação parental de sempre e, ao que parece, para sempre. Constatamos que é frequente ver pais muito orgulhosos quando os filhos têm boas notas, ou muito dececionados quando as notas não são assim tão entusiasmantes. Prémios, birras, castigos e miminhos, alternam nas famílias como uma sucessão de conquistas e recuos dos filhos, que vai pautando o feedback tranquilizador ou inquietante do percurso escolar. Se há boas notas está tudo bem, se as notas não são positivas então parece estar tudo mal. Mas parece-me mais interessante que se dê maior enfase e destaque aos processos que aos resultados. Estes nem sempre advêm de bons processos, e são estes que vão sustentar a continuidade das boas notas no futuro.
As boas notas são um fim e não devem ser um objetivo. Assim como quem gosta de ter boas notas devem ser os filhos, os pais devem ficar orgulhosos e passar essa mesma mensagem. Não serem eles a ficar contentes mas devolver essa alegria para os filhos. Estes dedicam-se, estudam e esforçam-se para eles, não devem fazê-lo para que os pais fiquem contentes.
Nem sempre o esforço dos alunos culmina numa excelente nota. Diversos fatores podem ser condicionantes de uma boa nota. É, para com eles, injusto que a sua apreciação seja assente em notas quando a nota nem sempre reflete o empenho. Afirmarmos “Gostava tanto que tivesses excelentes notas”, poderá culminar numa resposta do tipo “gostava tanto que tivesses um excelente ordenado”. Todos gostávamos de ter um excelente ordenado, mas não é apenas a vontade que impera. Assim como não devem ser as notas que imperem.
Reflita o discurso, privilegie e fique com mais encanto com o processo e não com o resultado.

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